quarta-feira, 18 de julho de 2007

Um ser humano como o meu

Quando tento entender o que sou nesse mundo físico e terrestre, nunca encontro uma resposta. Alguém me classificou como ser humana. O que significa humana? O que significa ser? De onde vem a palavra humana? Se existem, de onde vem seu prefixo e sufixo? Essa é uma palavra de origem grega? Romana? Latina? Hebraica? Não sei. Não sei de nada.

Dizem que sou a melhor criação de Deus, que sou sua imagem e semelhança, e por esse motivo, sou tão bela quanto ele. Me disseram isso olhando nos meus olhos, que se encheram de lágrimas por meu coração sentir a necessidade de que aquilo fosse verdade. Tentei acreditar. Tentei mesmo. Se sou a imagem e semelhança de Deus, por que sou tão imperfeita? Não acredito em mim como pessoa. Não acredito que dentro de mim de fato exista toda a essência bondosa que convencionaram para a palavra humana. Me sinto má, me vejo má. E vejo maldade em tudo, em todos.

Acredito que não sou um ser humano. Acredito que tenho um ser humano traçado para ser. Quando penso nisso, me sinto fora de mim, como se essa parte desconhecida que está dentro mim tentasse vir à tona, tentasse se sobrepor a todo esse ser humano que tento ser. E às vezes ela se sobrepõem. Me sinto tonta e fora de órbita quando isso acontece, como se por um segundo eu tivesse a consciência real de que sou apenas um brinquedo auto-programado nas mãos de Deus. E é assim que me sinto.