domingo, 7 de dezembro de 2008

da série você e sua puta: dormidas

acordo
de uma extremidade a outra rolo
uma cama que não é a minha
e que agora haverá de ser

o colchão que me surra
com sua falta de maciez
ou maciez excessiva
é o meu disciplinador

penso no que fazer do dia
nada me vem
ou vem e logo se vai
conjecturas que não ganham vida

da energia que me sobra
levanto não me lavo nem como
o virtualismo me chama
me recluso até o sono me encontrar

deito
penso
choro
durmo

você dorme com sua puta
eu durmo com minha mãe

acordo

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

o mundo em seu destino, e eu aqui, causando o caos

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domingo, 5 de outubro de 2008

vocalizes nocivos

uma tessitura
n oitavas
na face gritante o esforço
gestos de impulso, olhos crispados
a boca em seu auge
o som? o da minha garganta sendo destruída

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

manicômio de sãos

indignado ser, que grita e sapateia
sobre estandartes um dia erguidos veementes...
baixai a tua bola, calai a tua boca
deixai os lunáticos dançarem nus em plena praça

o que foi, não volta
o que está aqui, não muda

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Resposta ao invisível

Saí às 7:15 de casa. O vô me deu carona até o centro.
Eu me sinto amada. A fase em que duvidei do teu amor por mim já passou há muito tempo. Minhas dúvidas agora são outras.
Pena tu não ter me encontrado hoje. Também acordei querendo te ver. E passei o dia todo ontem querendo te ver.
Esperei por ti. Tu não veio. Te procurei. Não te achei. Resolvi me misturar aos estranhos numa sala de cinema. Saí no meio do filme.
Simplesmente não conseguia ler, nem entender, nem enxergar nada nem ninguém. Tua imagem ocupava a minha mente.

Nos vemos daqui a pouco.

sábado, 15 de março de 2008

Solucionar o inexplicável

E essa dor no peito? O que será? Esse aperto por dentro? O que deve ser? Culpa? Medo? Vergonha? Ou a mistura caótica desses e de inúmeros outros sentimentos? Resultados de misturas. Sou composta pela junção dos sentimentos que se apresentam a mim. Queria saber separá-los para, assim, analisá-los, cada qual com seu poder, cada qual com sua função, cada qual com sua essência. Não sei fazer isso. E odeio não saber. Qual será a fórmula para tal solução? Vou continuar a não saber.

(Escrito em 14/03/2008)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Fragmentos coligados

qual o valor real das coisas? qual a verdadeira importância dos fatos, das pessoas? às vezes, me sinto incapaz de viver SEM a ignorância nunca é bem-vinda. me recuso a viver nela. não aceito não saber de todos os fatos que de forma direta ou indireta influenciam NA minha existência está escassa, se acabando aos poucos. devagar ela se esvai. e eu, impotente, a sinto indo embora tão cansanda quanto todo O resto de mim: peças soltas de um quebra-cabeça sem forma; fragmentos de matéria morta; princípio da imatéria. me sinto inutilizável e IRREPARAVELMENTE fragmentada em pedaços disformes: sou eu dentro de mim. não vejo nada além dessa escuridão impiedosa, que nem penumbra aceita SER real ou imaginária? autêntica ou plástica? humana ou demoníaca?

sentes falta das palavras nos seus devidos lugares, das possíveis vírgulas e pontos finais? sinto falta de uma direção e de uma razão que me faça SER eu não suporto mais.