terça-feira, 12 de junho de 2007

Minha vida depois do pensar

Existem momentos em que cada movimento é definitivo e irreversível. Esses momentos são o começo de novas eras em nossas vidas. Sinto que estou passando por um dos decisivos estágios que definirá todo o resto da minha vida a partir dele. Esse talvez seja o principal entre todos. São tantas dúvidas e incertezas, tanta multiplicidade de resultados insatisfatórios...

Transito entre ideais há tempos traçados e falta de novas perspectivas, pensamentos há tempos mentalizados e contradição de opiniões. Sempre almejei o anarquismo. Agora que o tenho bem aqui, me debato por não conseguir me tirar dele. Ou seria tirar ele de mim? Eu não sei...

Minha cabeça não pára nunca. Me cansa esse exercício do pensar e não encontrar nada além de escombros e estátuas. As coisas não são mais como antes, não tenho mais a energia e disposição que sempre tive, não encontro mais as razões que sempre justificaram meus atos, não sinto mais o prazer que sempre senti em defender minhas causas e dissecar meus pensamentos. Agora, tudo é passageiro e insignificante. Tanto faz se vai chover hoje, se vou perder meu emprego ou se vou morrer amanhã. Não me sinto mais parte de nada disso. Sinto que estou além. Só não sei onde estou. Isso pode soar muito adolescente e imaturo. Eu não sei, não sei mais definir as coisas. O que sei é que estou cansada de todos esses movimentos de altos e baixos, de caminhar sem querer ir para lugar algum, de nunca conquistar algo de verdade, de sempre depender de coisas e pessoas alheias à minha situação, de ter que levar minha vida com o que tenho.

Quero que esse momento acabe logo. Não suporto mais acordar e dar de cara com a minha vida.

3 comentários:

juniores rodrigues disse...

ei, isso é ser mais adulto do que parece... siga em frente, a complexidade aumenta, mas junt aumenta nossa capacidade de, ao menos, suportar. Até+

http://doutormim.blogspot.com

Sheyla Fernandes disse...

ao pensar, tiramos o mundo da órbita e o recortamos para, com isso, ampliarmos e aplicarmos a nossa visão sobre esse recorte.
a sua visão de você mesma é apenas uma parte do que você é.
talvez isso te ajude a entender que sempre dependerás de outros fatores para se conhecer melhor. isso pode confortá-la um pouco, ou seja, você é um ser humano como eu, como qualquer outro.

Sheyla Fernandes disse...

O comentário acima foi feito por m.