sexta-feira, 23 de março de 2007

um exagero feliz

Hoje estou tão feliz. Feliz por ter conseguido entender que minha existência não é tão essencial para as pessoas quanto é para mim; feliz por ter descoberto que nada nem ninguém nesse mundo será/é/jamais será tão sincero e honesto comigo quanto sou comigo mesma; feliz por finalmente conseguir entender que minha vida inteira depende apenas de mim e de minhas decisões, e que não importa o que façam para mim, serei/sou a única responsável por tudo que acontece comigo; feliz por ter percebido que não sou nem um pouco singular, única e especial quanto tento ostentar, e que jamais serei singular, única e especial como tento ostentar; feliz por ter minha vida baseada em regras que nunca compri e que sei que nunca cumprirei, regras estas que são fundamentais para minha estabilidade como ser humano; feliz por parar de tentar me entender, pelo menos até terminar esta postagem; feliz por conseguir enxergar o tamanho do estrago que faço comigo mesma cada vez que me forço a ser o que não sou, ou a estar com que não quero, ou a fazer o que não gosto, ou a dizer o que não penso; feliz por saber que tenho uma capacidade incrível de distorcer os fatos, e que esta mesma capacidade me faz ver as coisas como elas são de fato, ou seja, distorcidas; feliz por ser uma das poucas pessoas que conheço que se sente feliz por ser negativa e introspectiva; feliz por nunca estar satisfeita com nada; feliz por saber que enquanto eu viver, jamais conseguirei me livrar de mim mesma; e acima de tudo, feliz por fingir estar feliz por ter percebido tudo isto.

Um comentário:

Anônimo disse...

ah te catar oh! hahaha