domingo, 8 de abril de 2007

A convivência entre as pessoas é algo estranho. Ela faz você querer estar com alguém, faz você lembrar desse alguém com coisas simples e às vezes complexas. Uma lua no céu, um jogo no computador, uma música de um cd, um cheiro na pele, uma árvore na estrada, uma placa de vende-se em um casarão. A convivência se desenrola, exatamente como você sempre quis. Então, com o passar do tempo você sente uma necessidade indesprezível de se manter distante desse alguém. A distância acontece, então você sente uma saudade que parece destruir toda essa co-existência, a sua e da pessoa ausente. Só que essa destruição nem sempre acontece. Algumas vezes - a maioria, eu diria - essa saudade é forjada e sabotada por você mesmo. E quando você toma consciência disso, você também descobri que algumas das coisas - a maioria, eu diria - que você sente falta na pessoa ausente, foram criadas e cultivadas por você através da imagem que você projetou dessa pessoa em sua cabeça. E em seu coração. É por isso que costumo dizer que às vezes amo com a cabeça. A saudade/ausência nem sempre pode ser aceita como algo natural. Pena que descobri isto só agora, depois de todo aquele tempo e energia gastos em tornar você novamente presente na minha vida de uma maneira que você nunca foi.

Nenhum comentário: