terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Niilismo

Quero cuspir um dia no futuro...
Tentar resgatar a essência perdida
Do que não tem fundamento.
Quem sabe assim descubro uma razão...

Quero cuspir um dia no futuro...
No futuro de quem não tem presente,
Nem passado,
De quem nem vivo é... não existencialmente.

O que é existir?
É respirar ar impuro?
Sentir toques falsos?
Apreciar belezas artificiais?
Ouvir sussurros planejados?
Acreditar em promessas pagãs?
Idealizar valores descartáveis?
Entregar-se ao incerto? Ao acaso?
Não sei...
Quem sabe? Vocês?

Quero cuspir um dia no futuro...
Tentar dar um sentido
Ao jogo sórdido denominado vida.
Vida...
Não sei o que é isso.
Um jogo, naturalmente,
Mas com qual objetivo?
Santidade da carne?
Espiritualidade da alma?
Evolução da mente?
Não sei...
Quem sabe? Vocês?

Minha poesia é suburbana,
Sem estrutura e sem sentido,
Sórdida e podre,
Exatamente como... a vida!
Sim, a vida...
Seria essa uma definição
Do que é tal jogo?
Quem sabe? Vocês?

Benevolar o mal?
Ou malevolar o bem?
Não sei o que é certo ou errado,
O que compelir ou repelir.
Vou queimar eternamente
Por duvidar ou acreditar?
Eu não pedi para existir...
Não pedi, não pedi.
Me jogaram aqui,
Sem se importar com minha alma,
Me empurrando conceitos e teorias,
Credos que desconheço.
O que fizeram de minha "vida"?
Não sei...
Quem sabe? Vocês?
Ninguém.

(Sheyla Fernandes - 01/06/2003)

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