segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Processo de auto-privação
O que fazer? O que esperar? Como agir? O que sentir? O que dizer?
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
O medo da escrita
domingo, 23 de setembro de 2007
Tristeza
Me sinto tão triste, tão sozinha. Até chorar dói. E você nem vê. Você acha que me entende e diz que está tentando me ajudar, mas continua a viver sua vida do jeito que sempre viveu.
Não me importo em escrever estas coisas aqui, porque sei que você não irá ler nada disso. Você não se importa mais com o que escrevo.
Não sei até onte vou aguentar. Não sei até onde você vai aguentar.
Eu só queria poder ir embora da sua vida sem terminar de morrer por dentro. E mesmo indo embora, você continuaria sendo o único a ocupar meu coração.
Aula de "Relações Humanas"
- Não vejo razão para abrir este "cadeado". É a minha vida, a minha história. Não existe motivo para compartilhá-la como um conto qualquer. Na verdade, este "cadeado" nem existe. Vocês é que o inventaram para justificar a dificuldade de comunicação entre as pessoas. Se não existesse algo que criasse problemas no (in)consciente das pessoas, o que seria da psicologia, psiquiatria e similares?
- Então, Sheyla, você está querendo dizer que inventamos os problemas na cabeça das pessoas para manter nossos empregos?
- Oh, não. Eu não seria tão injusta assim. O que quero dizer é que nesse caso - no meu caso - não existe problema. Não esse problema. Eu tenho vários problemas emocionais, claro, como todo e qualquer ser humano. Mas essa introversão, não é um problema. Sou introvertida por escolha.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Indo-se
Disseram que talvez você se vá hoje. Parece que a reação biológica vai ser forte demais para seu organismo já debilitado suportar. Um de seus rins não funciona mais. Disseram que daqui a pouco o outro também vai parar de funcionar. O espiritismo diz que quanto mais sofrida é a morte de alguém numa vida, mais difícil foi esta pessoa na vida anterior. Você não acredita nisso. E eu não sei mais no que acreditar. Essa seria a única explicação para tanto sofrimento, mas você nunca me pareceu uma pessoa difícil. Então, não sei porque você está sofrendo tanto.
O tempo é tão irônico. Enquanto vivo os momentos mais felizes da minha vida com meu namorado, você vive o últimos momentos da sua. E sei que eles não estão sendo felizes. Daria tudo para que eles estivessem sendo. Seria contraditório demais se eles estivessem sendo. Alegria e felicidade até no fim. Nunca vi alguém morrer assim.
Você nunca irá saber que escrevi estas coisas, mesmo que você dure mais 10 anos. Somos fundamentados em bases totalmente diferentes. Você é de 25. Eu sou de 85. Você não tem mais ninguém da sua época. Estão todos mortos. Eu nunca perdi ninguém da minha época. Talvez você seja o primeiro. Deve ser muito triste ter sua vida apenas como lembrança, sem amigos, pais, irmãos, irmãs, parentes, ter sua infância inteira apenas em sua memória, olhar para sua cidade natal e não reconhecer ninguém, nenhum rosto amigo ou ao menos conhecido. Todos mortos. Não consigo concretizar isto. É triste demais.
Me aconselharam a te procurar, pois tenho que participar desta sua última transição. Uso minha falta de dinheiro como desculpa para não ir ao seu encontro. Sou covarde, sempre fui. Sempre chorei sua doença sozinha e nos cantos mais quietos possíveis, fazendo de tudo para ningúem me escutar. Estou apavorada diante de tudo isto. Me pergunto como você está se sentindo, mas não em termos fisiológicos, pois sei que fisicamente a dor é imensa. Queria saber como está seu coração. Você parece tão calmo e sereno ao telefone, sempre dizendo que está bem e até fazendo piada com a sua situação. Sempre querendo acalmar a todos. Este deveria ser o verdadeiro sentido da palavra patriarca.
Tenho tanto a dizer... Mas minha covardia me impede de lidar com os sentimentos que você me causa. Te peço perdão pela neta aparentemente desnaturada que sempre fui. Sempre pensei em você e ainda penso. Te salvei uma vez através da minha pureza e inocência. Mas não sou mais pura nem inocente, então, não ouso nem tentar.
Obrigada por fazer parte da minha existência.
Sangue
Planejo mortes sem razões sensatas
Meu ódio, inveja e ciúmes são infundados
Ou talvez não.
Talvez, eu realmente tenha que me sentir assim,
Com esse sangue nos olhos,
Desejando a carnificina de tudo aquilo que me faz mal
Preciso de equilíbrio
Preciso aprender a matar as pessoas por dentro
E não de forma externa,
Pois a morte interior é muito mais densa, precisa e irreversível
Eu almejo-a a todos
Quase todos
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Um ser humano como o meu
Dizem que sou a melhor criação de Deus, que sou sua imagem e semelhança, e por esse motivo, sou tão bela quanto ele. Me disseram isso olhando nos meus olhos, que se encheram de lágrimas por meu coração sentir a necessidade de que aquilo fosse verdade. Tentei acreditar. Tentei mesmo. Se sou a imagem e semelhança de Deus, por que sou tão imperfeita? Não acredito em mim como pessoa. Não acredito que dentro de mim de fato exista toda a essência bondosa que convencionaram para a palavra humana. Me sinto má, me vejo má. E vejo maldade em tudo, em todos.
Acredito que não sou um ser humano. Acredito que tenho um ser humano traçado para ser. Quando penso nisso, me sinto fora de mim, como se essa parte desconhecida que está dentro mim tentasse vir à tona, tentasse se sobrepor a todo esse ser humano que tento ser. E às vezes ela se sobrepõem. Me sinto tonta e fora de órbita quando isso acontece, como se por um segundo eu tivesse a consciência real de que sou apenas um brinquedo auto-programado nas mãos de Deus. E é assim que me sinto.
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Esses são os pensamentos
Esses são os pensamentos que passam pela minha cabeça
No meu quintal, em uma tarde de domingo,
Quando eu tenho a casa só pra mim,
E nao estou gastando toda minha energia brigando com meu namorado
É ele a pessoa com quem vou casar?
Por que é tão difícil ser objetiva sobre eu mesma?
Por que me sinto tão sozinha?
Esperam mesmo que eu viva nessa cidade louca?
Será que a tradição de negar a vida, que é continuada cegamente,
Regurgitada e induzida pelo medo, pode ser vencida?
Para onde vai o dinheiro que mando
Para aqueles que estão em necessidade?
Se nós temos tanto, por que algumas pessoas não têm nada ainda?
Por que me sinto fora de mim quando acordo de manhã?
Por que você diz ser espiritual, se você trata pessoas como merda?
Como você pode dizer que está perto de Deus
Se você fala pelas minhas costas,
Como se eu não fosse parte de você?
Por que falo que estou bem quando é óbvio que não estou?
Por que é tão difícil te dizer o que quero?
Por que você não pode simplesmente ler minha mente?
Por que tenho medo de que quanto mais quieta eu ficar menos você vai me ouvir?
Por que me importo se você realmente gosta ou não de mim?
Por que é tão difícil pra mim ficar brava?
Por que é tão trabalhoso ficar consciente e tão fácil se deixar levar,
E não o contrário?
Será que voltarei a me mudar para o Canadá?
Posso estar com um amante com quem eu sou uma aprendiz e uma mestra?
Por que sou encorajada a me calar quando chego perto de casa?
Por que não consigo viver o momento?
terça-feira, 12 de junho de 2007
Minha vida depois do pensar
Transito entre ideais há tempos traçados e falta de novas perspectivas, pensamentos há tempos mentalizados e contradição de opiniões. Sempre almejei o anarquismo. Agora que o tenho bem aqui, me debato por não conseguir me tirar dele. Ou seria tirar ele de mim? Eu não sei...
Minha cabeça não pára nunca. Me cansa esse exercício do pensar e não encontrar nada além de escombros e estátuas. As coisas não são mais como antes, não tenho mais a energia e disposição que sempre tive, não encontro mais as razões que sempre justificaram meus atos, não sinto mais o prazer que sempre senti em defender minhas causas e dissecar meus pensamentos. Agora, tudo é passageiro e insignificante. Tanto faz se vai chover hoje, se vou perder meu emprego ou se vou morrer amanhã. Não me sinto mais parte de nada disso. Sinto que estou além. Só não sei onde estou. Isso pode soar muito adolescente e imaturo. Eu não sei, não sei mais definir as coisas. O que sei é que estou cansada de todos esses movimentos de altos e baixos, de caminhar sem querer ir para lugar algum, de nunca conquistar algo de verdade, de sempre depender de coisas e pessoas alheias à minha situação, de ter que levar minha vida com o que tenho.
Quero que esse momento acabe logo. Não suporto mais acordar e dar de cara com a minha vida.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Mais do que tédio
Sempre quis ter a oportunidade de me relacionar com o belo, com o artístico, com o erudito e o intelectual. Essa oportunidade está bem aqui. E o que eu faço? Ignoro-a. Eu nunca vou me entender.
Me sinto tão pequena e mesquinha. Eu poderia ser plena, poderia estar aprendendo com esse momento, poderia estar fluindo. E o que eu faço? Me afundo cada vez mais em minha vontade de desertar de mim mesma. E é o que estou fazendo, dia após dia.
Gostaria de poder não respirar para nunca me acordar.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Esquadros
Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa,
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
(Adriana Calcanhoto)
quinta-feira, 19 de abril de 2007
O silêncio que anula
Flor Poliana
Entre um nariz quebrado e um sorriso falso
Entre piedade e pólvora
Entre brigar e fugir de cena
Entre assassinato e diplomacia
Entre agressão e esquecimento
Entre brutal e verdadeiramente bem comportada
Entre gritar e segurar as rédias
Entre andar nas pontas dos pés e perambular
O que estou fazendo com todo este fogo?
(gostaria de bater em você, mas nunca bateria)
Por que você continua comigo neste espaço vermelho?
(gostaria de esbofetear você, mas nunca esbofetearia)
Entre violência e estar silenciosamente incendiando de raiva
Entre meu punho e minha flor Poliana
Entre fuder você na sua cara e estar tudo bem
Entre guerra e negação
Entre atirar vasos e chorar secretamente
Entre soltar canhões e sempre estar deprimida
Entre os hematomas e discordar nobremente
Entre explodir e entrar em ebulição
O que estou fazendo com toda esta combustão?
(gostaria de machucar você, mas nunca machucaria)
Eu intimido você nesse lugar?
(gostaria de matar você, mas nunca mataria)
Entre violência e estar silenciosamente incendiando de raiva
Entre meu punho e minha flor Poliana
Entre fuder você na sua cara e estar tudo bem
Entre guerra e negação
O que estou fazendo com todo este fogo?
Você consegue me entender neste lugar?
sexta-feira, 13 de abril de 2007
São 02:45 da manhã. Já é Páscoa. Seria muito previsível escrever algo sobre esta data e o que ela significa ou deveria significar para as pessoas ou para mim. Mas, como você mesmo já percebeu, sou uma pessoa previsível. Desenhei um coelho da páscoa na minha agenda, que também uso como diário, e é onde rascunho todos estes pensamentos. Meu coelho ficou super engraçado e weird, como eu mesma defini. Ficou com uns pés grandes e com uma barriga que mais parece uma bola de futebol americano. Nunca vou entender a associação criada entre Jesus, coelhos e chocolates. Três coisas tão distintas e distantes entre si, cada uma com a sua importância no seu mundo. Seriam como nós dois? Temo que você conclua que sim.
Pensei ter ouvido alguém fazendo sexo no quarto ao lado. Digo "alguém", porque não é sempre que duas pessoas fazem sexo juntas. Às vezes, apenas uma delas faz, enquanto a outra se concentra em terminar logo, ou em nem começar. Mas me enganei. Não tem ninguém fazendo sexo, não. Pelo menos não naquele quarto. Porém, em outros lugares, sim. Nesse exato momento, enquanto escrevo essas coisas, alguém está soltando gemidos de prazer. E agora, nesse exato outro momento alguém goza, e um outro alguém suspira, e um outro alguém sussurra mentiras e promessas friamente elaboradas, e um outro alguém toma coragem e abre o coração. E é sempre assim. Bilhões de vidas simultâneas, cada uma com seu personagem principal. Não é à toa que exista tanto egoísmo, egocentrismo e tudo aquilo que envolve o ego humano.
Esse egoísmo também acontece com o passado das pessoas. Meu egoísmo me faz ter ciúmes, inveja e raiva das suas experiências com outras mulheres. Isso é insano, eu sei, mas não consigo evitar. Me afeta saber que você já tocou em outras do jeito que me toca, que você já sentiu e ainda sente coisas muito mais fortes do que as que você sente ou sentirá por mim. Me enraivece saber que sempre haverá algo que alguma outra fez melhor ou foi melhor pra você de um jeito que jamais serei ou farei. Mas o que realmente me dói é ter consciência de que esses sentimentos insanos são apenas mais uma prova da minha mentalidade fraca e do meu egoísmo agudo. Isso sim me enraivece muito.
Querer para si a posição mais alta possível na vida de alguém é ser muito presunçoso. A vontade e necessidade de ser a coisa mais importante, significativa, desejada, necessária, essencial e indiscutível na existência de alguém de quem se gosta ou se pretende gostar muito, é algo estranho, pretencioso e frustrante. Mas acima de tudo torturante. Não entendo como posso ser assim. Será que com o tempo esse tipo de imaturidade passa? Espero que sim. Mas, se tem uma coisa que realmente jamais entenderei é a associação criada entre Jesus, coelhos e chocolates.
Joni's moment
Rio
O Natal está chegando
Eles estão cortando as árvores,
Enfeitando-as com renas
E cantando canções de alegria e paz
Oh, gostaria de ter um rio
Onde eu pudesse patinar para longe
Mas, não neva aqui
Está tudo muito verde
Estou fazendo muito dinheiro
Então, estou parando com esta cena louca
Gostaria de ter um rio
Onde eu pudesse patinar para longe
Gostaria de ter um rio muito extenso
Eu iria ensinar meus pés a voar
Gostaria de ter um rio
Onde eu pudesse patinar para longe
Fiz meu amor chorar
Ele tentou me ajudar muito
Ele me facilitou tudo, sabe,
E me amou de forma tão ousada,
Fazendo tremer meus joelhos
Oh, gostaria de ter um rio
Onde eu pudesse patinar para longe
Sou tão difícil de lidar
Sou egoísta e estou triste
Agora, fugi e perdi o melhor amor
Que jamais tive
Oh, gostaria de ter um rio
Onde eu pudesse patinar para longe
Gostaria de ter um rio muito extenso
Eu iria ensinar meus pés a voar
Gostaria de ter um rio
Onde eu pudesse patinar para longe
Fiz meu amor dizer adeus
O Natal está chegando
Eles estão cortando as árvores,
Enfeitando-as com renas
E cantando canções de alegria e paz
Oh, gostaria de ter um rio
Onde eu pudesse patinar para longe
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Bad taste
Nessas horas me arrependo de ser tão boa para as pessoas, de ser compreensiva, de tentar ajudar ao máximo. Eu odeio tudo isso.
domingo, 8 de abril de 2007
terça-feira, 27 de março de 2007
domingo, 25 de março de 2007
Início de segunda e de todos os outros dias
Te quero cada vez mais.
sexta-feira, 23 de março de 2007
um exagero feliz
segunda-feira, 19 de março de 2007
Você diz que não se sente pronto para definir tudo isto. Eu entendo. Também não sei definir ainda. O que sei é que dormir e acordar do teu lado tem sido uma experiência única. Ouvir você falar sobre a sua vida, sobre tudo que contribuiu para que você se tornasse o que você é, me faz gostar de você cada vez mais.
Essa viagem, esse final de semana, essa madrugada tão intensa, tudo isto serviu para me encantar ainda mais.
Eu também te adoro.
terça-feira, 13 de março de 2007
Curvada a você
Você está inseguro e não está pronto, então isso significa que te quero.
Você está inutilizável e desinteressado, e para você procuro por conforto.
Por um milhão de vezes e um milhão de maneiras, tentarei mudar você.
Por um milhão de meses e um milhão de dias, tentarei te convencer.
Esperei por você e me ajustei por você, e estou acabada.
Me anulei por você e me possibilitei para você, e estou acabada.
Você está jovem demais ou velho demais, ou simplesmente não está inclinado.
Você está adormecido ou está negando ser o que minha intuição vê em você.
Por diversas vezes e diversas maneiras, tentarei espremer amor de você.
Por diversas horas e diversas maneiras, festejarei com os restos jogados por você.
Me curvei a você e me privei por você, e estou acabada.
Me deprimi por você e me contorci por você, e estou acabada.
Me reprimi por você e me comprometi por você, e estou acabada.
Me silenciei por você e me sacrifiquei por você, e estou acabada.
Não irá demorar muito até que eu esteja recuperada.
Não irá levar muito tempo, e estarei na estrada novamente.
Não será fácil nos separar.
Estou no fim do estágio de auto-privação.
Você está com medo de toda mulher, medo de seus próprios processos internos.
Você se intimida com a idéia de viver sob o mesmo teto que eu, Deus e todas as coisas.
Por um milhão de vezes e um milhão de maneiras, tentei mudar para combinar com você.
Por diversas vezes e por todos dias, tentei te esquecer.
segunda-feira, 12 de março de 2007
Sentir
"Me diz o que posso fazer para retribuir todo esse gesto de amor..."
Você já está fazendo...
Mais do que ninguém nunca desejou fazer.
Você me faz muito bem.
quinta-feira, 8 de março de 2007
Não e pronto
Não me sinto disposta a ouvir tuas mentiras
Não me sinto tentada a te acolher nos meus braços e na minha vida
Não me sinto cativada por tuas histórias e olhares complacentes
Não me sinto à vontade em estar perto de ti
Não ver-se...
Não me vejo te amando loucamente
Não me vejo sendo respeitada e valorizada por tudo que sou
Não me vejo sendo honesta comigo mesma
Não me vejo sendo tua âncora
Não querer-se...
Não me quero envolvida em teu charme fugaz
Não me quero sonhando com o inexistente
Não me quero esperando por teu reconhecimento
Não me quero implorando por tua atenção
Não fazer-se...
Não me faço de desentendida
Não me faço de vítima
Não me faço de difícil
Não me faço de "me ame se fores capaz"
quinta-feira, 1 de março de 2007
Lamento por mim mesma
Por continuar em meu torpor relutantemente.
Por ajudar você e a mim mesma sem ao menos ponderar.
Por me maltratar e me sobrecarregar de trabalho.
Para quem devo a maior desculpa?
Ninguém é tão cruel quanto tenho sido comigo mesma.
Por deixar você decidir se eu era de fato desejável.
Por meu amor próprio estar tão confusamente condicional.
Por negar a mim mesma a chance de nos fazer compatíveis.
Por tentar encaixar um retângulo num círculo.
Para quem devo a maior desculpa?
Ninguém é tão cruel quanto tenho sido comigo mesma.
Lamento por mim mesma,
Minhas desculpas começam aqui, antes das de todos os outros.
Lamento por mim mesma,
Por me tratar pior do que eu faria com qualquer outra pessoa.
Por me culpar por sua infelicidade.
Pela minha impaciência quando eu estava perfeita onde estava.
Por ignorar todos os sinais de que eu não estava pronta.
E por me obrigar a estar onde você queria que eu estivesse.
Para quem devo a primeira desculpa?
Ninguém é tão cruel quanto tenho sido comigo mesma.
Lamento por mim mesma,
Minhas desculpas começam aqui, antes das de todos os outros.
Lamento por mim mesma,
Por me tratar pior do que eu faria com qualquer outra pessoa.
E me pergunto qual é o maior crime...
Esquecer de você ou de mim mesma?
Prestei atenção à sabedoria ou ao atraso?
Eu teria naturalmente adorado a primeira opção.
Por ignorar vocês, minhas vozes intensas.
Por sorrir quando minha luta era tão óbvia.
Por estar tão desassociada ao meu corpo.
Por não deixar rolar quando essa era a melhor coisa a fazer.
Para quem devo a maior desculpa?
Ninguém é tão cruel quanto tenho sido comigo mesma.
Lamento por mim mesma,
Minhas desculpas começam aqui, antes das de todos os outros.
Lamento por mim mesma,
Por me tratar pior do que eu faria com qualquer outra pessoa.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Elevações
Você diz que não sabe como consigo ser tão auto-destrutiva. Não existe mais o que destruir. Você escuta isso, e diz que sou exagerada e ingrata com Deus, a vida, o cósmo e sei lá mais quem. Gratidão é algo que não se sente por obrigação ou conveniência. Sente-se por reconhecimento de algo bom.
Você diz que sou tão triste, que meu olhar é sempre vago e distante. Então, você se aproxima de mim e tenta me dar algum prazer sexual, como se dessa forma eu/você pudesse manter meu corpo ocupado em sentir o seu. Mas, nem sempre eu sinto. Às vezes, não te sinto dentro de mim. Estou tão compenetrada em me imaginar num plano superior que simplesmente não te sinto. Então, olho para o teto de algum quarto qualquer, na esperança de que ele se abra e algo de bom me seja mostrado dos céus. Isso nunca acontece. Volto a mim, e o único movimento que percebo é do seu corpo tentando entrar cada vez mais no meu.
Minha apatia te frustra. Sua esperança em tentar conseguir o melhor de mim me deprime.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Explicando Sheyla
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
O de sempre
terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
Dirty
Tão relapsa, dispersa e (não!!!) superficial...
Uso meu tempo perdido com vãs tentativas de salvação,
Como desculpa para me auto-afligir
Tenho sido inegavelmente anti-ética
O que repugno tornou-se minha válvula de escape
Isso é tão vergonhoso
Me sinto irreversivelmente devassada
Por meu desejo de auto-salvação
Minha mente está confusa
Deepness
Minha cabeça dói
Meus olhos molham meu rosto
Minha boca sufoca com seu próprio silêncio
Minha voz se embarga por não dizer o que deve
Meu espírito confundi-se em si mesmo
Meus desejos me traem
Meus fundamentos desmoronam-se
Minhas convicções caluniam-se
Minhas contradições me apavoram
Meus seres preferidos me abandonam
Tudo junto, tudo fundo, tudo imundo...
Estou inundada de mim
E carente de meu ser
Seriedade,
Serenidade,
Sinceridade,
Severidade...
Isto sou eu,
Um poço sem fim
The same old fears
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Pintura
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
Influências...
(Trecho de "Perto do coração selvagem", de Clarice Lispector, p.81)
Nostalgia de mim
Não me vejo...
Há muito estou alheia a mim.
Há muito...
Surpreendo algo impreciso e indefinível
Tentando desesperadamente se desprender,
Se libertar de correntes sociais.
Isto sou eu?
Estou perdida...
Onde estou?
Não me encontro...
Será que aquilo fundido ao nada,
Diluído em silêncio, sou eu?
Silêncio e nada...
Me sinto sufocada e vazia.
Sim, talvez eu esteja lá,
No silêncio e no nada.
Eu estou em mim.
Visão interior
Sou capaz?
Parcialmente, sim...
Vejo um amontoado de carnes e ossos jovens.
Vejo um organismo frágil e deliberadamente mal tratado.
Observo sensações proibidas espraiando-se por cada fibra.
Espreito desejos supostamente perversos inundando cada reentrância.
Vejo sentimentos sufocarem reações.
Vejo reações sufocarem sentimentos.
Contemplo princípios honrados e construtivos,
Porém desprovidos da tão chamada "moralidade".
Desespero-me assistindo padrões socialmente determinados
Imobilizarem sentimentos expansivos,
Estereotiparem reações genuínas.
Observo com mãos atadas, fatores externos
Impedirem evoluções interiores.
Vejo ódio diluído em sangue espalhando-se por todas as veias.
Debato-me vendo um cérebro enloquecendo
Por não encontrar respostas,
Por não descobrir razões e soluções,
E principalmente, por não aceitar ser o que é.
Desabafo
É dentro de si mesmo.
E eu não o encontrei.
Inoperância
O que vejo quando me avalio,
Pesando prós e contras,
De um ser contrariado
E em si mesmo abandonado?
Confusão..
Perdição...
Solidão...
Me encontro envolta em lugares inóspitos,
Grotas imundas
No meu ser cavocadas.
Lamentações tornaram-se desleais.
Chorar já não é suficiente.
Sufocar-me não mais consola.
Desertar de meu ser... é ineficaz,
Porém necessário.
Um canto à vida,
Cortejado pela morte
No íntimo estampada.
Prisão
Sujeitei-me à opiniões alheias,
De quem nem humano é,
Apenas vive de padrões e modelos.
Em busca de aceitação
Submeti-me à escárnios e gozações
Daqueles que riem de tudo
Sem ao menos acharem graça.
Em busca de auto-afirmação
Julguei-me capaz de aceitar-me
Pelo o que realmente sou,
Sem, supostamente, importar-me com os outros.
Em busca de libertação
Sufoquei pensamentos e sentimentos
Sem perceber que apenas
Aprisionei-me ainda mais,
Dentro de minha tão preciosa
E segura prisão: auto-piedade.
Conto sem fadas
Meus ouvidos não acreditam no que lhes é gritado
Meu cérebro não encontra lógica no que lhe é transmitido
E meu coração...
Meu coração bombeia indignação para todo o meu ser.
Estou apodrecendo, me decompondo por dentro.
Na verdade todos estão, mas preferem não perceber.
Ou fingem não perceber.
Sim, fingem... é menos desesperador.
É mais simples e cômodo culpar um pai, uma mãe
Ou amores perdidos, por uma lágrima escorrida.
É menos deprimente encarar um problema terreno
Como causa de uma tristeza incurável e desoladora.
É mais fácil e mais hipócrita.
Todos chamam de ciclo da vida
Aquilo que lhes acontece de ruim.
Todos dizem ser o rumo natural das coisas
O fato de ter suas vidas desgraçadas.
Todos nomeiam como "destino"
O que lhes é imposto sem motivo ou explicação.
Ninguém procura a essência - pelo menos sincera e profundamente - das coisas.
Talvez porque se a procurarem e a encontrarem,
Saberão que isto tudo é inútil e vão.
Descubrirão que nada é válido e certo,
E poderão, assim como eu, justificar
E validar suas ações (boas ou ruins),
Seus pensamentos (construtivos ou destrutivos),
Poderão regrar suas vidas
De acordo com o que essa "essência" rege.
Mas afinal, não é isso que já estão fazendo?
Sim...
E de forma pesarosamente letal,
Pois fundamentaram o material e destrutível: o dinheiro.
E nesse meio tempo,
As crianças morrem.
E nesse meio tempo,
As almas morrem.
Niilismo
Tentar resgatar a essência perdida
Do que não tem fundamento.
Quem sabe assim descubro uma razão...
Quero cuspir um dia no futuro...
No futuro de quem não tem presente,
Nem passado,
De quem nem vivo é... não existencialmente.
O que é existir?
É respirar ar impuro?
Sentir toques falsos?
Apreciar belezas artificiais?
Ouvir sussurros planejados?
Acreditar em promessas pagãs?
Idealizar valores descartáveis?
Entregar-se ao incerto? Ao acaso?
Não sei...
Quem sabe? Vocês?
Quero cuspir um dia no futuro...
Tentar dar um sentido
Ao jogo sórdido denominado vida.
Vida...
Não sei o que é isso.
Um jogo, naturalmente,
Mas com qual objetivo?
Santidade da carne?
Espiritualidade da alma?
Evolução da mente?
Não sei...
Quem sabe? Vocês?
Minha poesia é suburbana,
Sem estrutura e sem sentido,
Sórdida e podre,
Exatamente como... a vida!
Sim, a vida...
Seria essa uma definição
Do que é tal jogo?
Quem sabe? Vocês?
Benevolar o mal?
Ou malevolar o bem?
Não sei o que é certo ou errado,
O que compelir ou repelir.
Vou queimar eternamente
Por duvidar ou acreditar?
Eu não pedi para existir...
Não pedi, não pedi.
Me jogaram aqui,
Sem se importar com minha alma,
Me empurrando conceitos e teorias,
Credos que desconheço.
O que fizeram de minha "vida"?
Não sei...
Quem sabe? Vocês?
Ninguém.